Deixar de me preocupar com o que os outros pensam ou deixam de pensar de mim, do que faço e do que escrevo: starts today.

É incrível o quanto me preocupo com a opinião alheia. À beira dos trinta anos na cara e parei para pensar nisso. Sem contar com uma necessidade tola de querer agradar sempre, e à todos, independente da pessoa fazer parte da minha vida diretamente ou não. Não se agrada à todos: fato. Sempre haverá fulaninho(a) que não irá com a minha cara – ou com a sua – por n motivos, sejam quais forem. Desde: bah, ela só reclama da vida até: bati o olho e não curti. A pessoa tem todo o direito de simplesmente não curtir. Problema meu não saber lidar com isso.

Às vezes até admiro o nível de desapego do meu namorado para a opinião alheia: “tô nem aí”. E ele não liga mesmo! Tudo bem que ele acaba levando isso às últimas conseqüências, e é por isso que admiro às vezes

Mas olha: chega disso. Até porque esses sentimentos acabam sabotando minha vontade de levar projetos como esse adiante.

Pensei muito antes de voltar a escrever – e conseguir, de fato. Quando percebi que por conta da minha obrigação de escrever uma dissertação não estava conseguindo nem escrever um simples post no Vintage, a coisa ficou feia. Os posts foram rareando para um a cada mês, depois num intervalo de tempo maior, até que cessaram, sete meses atrás. E o que minou minha disposição foram dois fatores: a ‘obrigação’ de escrever no blog versus a dificuldade em fechar um post.

Nunca escrevi uma palavra lá por obrigação, escrevia porque gostava de compartilhar algumas situações da minha vida. No início de 2009 anotei num post it mudanças para o blog: Resenhas de livros, filmes, roteiros de viagens, etc., abrir o leque de coisas legais para compartilhar. Afinal, foi o cinema que me fez querer ter um blog em 2001.

Infelizmente acabei retirando o post it do mural porque não fazia mais sentido naquele momento. As pressões de outras coisas mais importantes cresciam e a vontade de levar aquilo adiante diminuíam exponencialmente.

Mas voltando (e finalizando), tá mais do que na hora de voltar a fazer as coisas pelo puro prazer de fazê-las. E claro, independente de a, b ou c gostar. ou não.

“A renúncia é a libertação. Não querer é poder.” (Fernando Pessoa)

Taí. Desapeguei.

Essa semana foi uma das piores em termos de altas temperaturas no Rio de Janeiro. Diboua, fritava um ovo fácil no asfalto da Quinta da Boa Vista. Sensação térmica de 50°C!? Quequéisso, Brasil? Podia ficar com o lindo céu azul mas com uns 10 graus à menos.  Ouvi que a incidência de raios solares está no topo por esses dias. Tenho uma relação de ódio com o Astro Rei, até porquê, só me proporcionou experiências traumáticas nessa vida, compartilhadas nos dois episódios a seguir:

Trauma 1

Tinha uns 9-10 anos. Em Rio Grande temos a Praia do Cassino (a maior em extensão do mundooo!! tá lá no Guiness!*), e como minha família nunca teve casa na praia, o negócio era dirigir 18 km e farofar com força: isopor, frutinhas, lanchinhos (ao menos nunca tivemos o fatídico combo: frango com farofa, mas de resto…), cadeiras de praia, 2 pranchas de body board (uma minha e outra da minha irmã, meu pai comprou quando esteve aqui no Rio fazendo um curso. detalhe: as pranchas eram do nosso tamanho. e pesadas. imaginem o tanto de caldos que tomei nessa época) e toda a parafernália para passar o dia todo na praia. Detalhe: tudo isso mais cinco pessoas dentro de um Passat!

Era um belo dia de sol (provavelmente um domingo) e fomos aproveitá-lo na praia. Passei literalmente o dia inteiro dentro d’água. Lembro de só ter saído uma única vez para comer uma maçã.  Minha mãe bem que tentou me tirar do mar inúmeras vezes para repassar o bloqueador solar, mas em vão. O dia acabou, voltamos para casa.

Resultado? Torrei braços, ombros, parte das costas e cabeça/rosto. Aí né, festival de caladryl até a alma. E fui dormir.

No meio da madrugada acordei e me apavorei. Não enxergava absolutamente na-da! Breu total! Esperei alguns minutos para me acostumar com a escuridão… e nada! Bateu um desespero e comecei a chamar pelos meus pais:

– PAAAAAAAAAI, MÃAAAAAAE, SOCORRO, TÔ CEGA!!!

Acordei a casa inteira por conta do fiasco.  Meus pais chegam correndo no quarto e me encontraram sentada na cama com os braços esticados tentando tatear alguma coisa. E continuei falando alto e sem noção de velocidade, desesperada mesmo. Eles acendem a luz e não fez muita diferença para mim. Sabem o que era, amiguinhos?

Meu rosto era uma bola de basquete de tamanho inchaço! Inchou à ponto de fechar meus olhos! Minha mãe fez incontáveis compressas de água boricada para tentar conter o estrago.

A lembrança que ficou depois desse episódio foi passar mais de um mês sem poder sair de casa (meus irmãos também entraram nessa brincadeira), e sem poder entrar em contato com a claridade também. Só de ter que franzir os olhos doía…

Trauma 2

2009, 7 de março. Praia de Ipanema, Rio de Janeiro/RJ.

Moro no Rio de Janeiro há dois anos e meio e nunca tinha ido à praia por essas bandas (exceto pelas duas idas à Copacabana na virada do ano e na Ilha de Cabo Frio em julho de 2008, mas aí foi à trabalho :P). Não sou muito fã mas sempre que fui curtia ficar dentro d’água (mas com a idade peguei frescurite de qualquer bicho que aparecesse) ou jogar (volley, frescobol, peteca) na beira da praia. Nunca fiz o requisito pra dar uma de frango assado na cadeira. Boooring to death.

Apesar disso tudo, minha amiga Marina me convida pela 614269a. vez para acompanhá-la (Ela, tão desprovida de melanina quanto eu). Combinamos de chegar cedo (entre 7:00-7:30) para sair antes do meio-dia, por razões óbvias.

Só que… começamos fazendo errado.

Estava nublado naquele dia. A gente sabe que mesmo em dia nublado tem que se proteger do Sol, aquele sacana sempre arruma um jeito de escrotizar com a pele da geral. Mas… falhamos epicamente.

Antes de sair de casa me besuntei com bloqueador fator 50 no corpo e 60 no rosto, levei boné. Okei. Chegamos e tratamos de alugar duas cadeiras de praia, até porque pegar ônibus (ou qualquer meio de transporte público) com cadeira de praia debaixo do braço é a derrota total. Num dá!

Mas não pegamos o essencial: o guarda-sol! “ah, daqui a pouco a gente pega”. O dia estava bastante agradável, de vez em quando batia uma brisa. Choque cultural foi ver pombos no meio da areia. (Nojento, define.). Marina viu (porque eu, avoada pra vida quando fui olhar o cara já tinha passado) o André di Biase correndo. Conversa vai, conversa vem, o sol dá uns leves sinais de que vai chegar com tudo. E as duas lá, fanfarronas.

Lá pelas 10 da manhã toca o telefone da Marina, e é uma colega nossa dizendo que ia para a praia com a mãe e nos pediu para esperá-las. Tá, né. “Mas não vamos ficar até tarde, né?” “Não.” O tempo abriu e finalmente decidimos pegar um guarda-sol.

Só que elas demoraram para aparecer, já era mais de 11:30. Daí pra não sair correndo a gente faz uma sala básica, agora todas embaixo do guarda-sol, mas olha, o meu estrago já tava feito. Nos despedimos e saímos para almoçar. No caminho fui percebendo que estava começando a ficar muito vermelha. Era como se a minha pele tomasse o tranco todo duma vez sem esboçar reação, e foi só sair da praia para ver a fúria de uma cútis castigada pelo sol, my friends. Nem precisa dizer que nesse estágio até respirar dói.

Cheguei em casa e tomei um susto: estava toda desigualmente queimada (ainda pago esses ridiculos ¬¬). Depois foram semanas de aloe vera e toda a sorte de hidratantes para a contenção de danos. E pra fechar com chave de ouro, passei esse tempo todo – e até hoje – ouvindo piadinhas do namorado, dizendo que foi CARTIGO de eu ter ido à praia sem ele (não foi por falta de convite, né, bonitão?).

The End.

* Wikipedia acabou de destruir o motivo de orgulho de uma vida inteira! Vocês não estão en-ten-den-do!

tenho medo!
Ontem não foi muito meu dia, sabe?
Começou na madrugada de sábado para domingo. Acordei meu namorado antes das duas da manhã porque ouvi um barulho qualquer e tive a sensação de que tinha alguém no apartamento.
– Alarme falso.

Um detalhe sobre meus hábitos noturnos: eu raramente durmo de costas para a porta do recinto. Só quando estou muito tranqüila (o que é raro) isso acontece. Não sei de onde tirei isso, mas fica aquela sensação de: nada pior do que ser atacada no meio da noite pelas costas… (paranóia mandou oi!)

Voltando: mais tarde sonhava que estava naquele mesmo quarto, dormindo no mesmo lugar, então – no sonho – abri os olhos e vi um sujeito de pé na frente da porta da cozinha, me olhando. Ainda no sonho, me joguei pro lado do meu namorado para tentar acordá-lo e cuidando para não ficar de costas para a figura e em segundos acordei estapeando o coitado!

Claro que da manhã seguinte até depois do almoço isso rendeu 176625 piadas por parte dele por ter sido ‘agredido gratuitamente no meio da madrugada’. Mas contei a ele que poderia ter sido muito pior: eu podia ter acordado aos berros, filme de terror style. Psycho style.

Pois é, aconteceu com uma certa freqüência numa época, quando ainda morava com meus pais e dividia o quarto com minha irmã. Morávamos num sobrado antigo, e eu não era pequena não, já estava na faculdade. Só que naqueles episódios eu nunca lembrava dos sonhos que me faziam acordar daquele jeito.

E na casa do meu namorado, não foi a primeira vez que me peguei acordando num sonho e dando de cara com alguém me olhando. Meses atrás sonhei coisa parecida, a diferença foi que o sujeito – diferente fisicamente desse de ontem – estava sentado e bem mais perto de mim.

Sempre tive vontade de procurar uma dessas clínicas do sono, porque eu realmente tenho problemas com freqüência de sono: se me deixar, durmo 10, 12 horas e ainda acordo cansada. Mesmo dormindo cedo se não houver um despertador ou alguém para me tirar da cama, eu durmo demais. Não sei se esses pesadelos têm a ver com isso, ou se só Freud explica…

Fato: sou um ser que se impressiona com temas paranormais. (tenho medo mesmo!) Isso é no mínimo irônico porque no meu trabalho ‘eu vejo gente morta, o tempo todo’ e não tenho – nem nunca tive –  problema nenhum com isso. Não tenho problemas em ir a velórios nem nada do tipo. Quando acontece na minha família eu preciso ir, do contrário não consigo fechar o ciclo dos ritos funerários. No sobrado onde morei minha avó dizia que já tinha visto ‘coisas’. Meu avô contou que quando o pai dele faleceu, ele disse tê-lo visto perto dele enquanto ele dormia, como se tivesse ido até ali para se despedir.

Até hoje não tive coragem de ver Poltergheist só por ter lido na contracapa da fita VHS (anos 80, baby!) que a protagonista havia morrido pouco depois das filmagens do último filme (nessa época eu era uma guriazinha de 8 anos que adorava ver filmes de terror). Paranormal Activity é outro (fiz a cagada de assistir ao trailer. PRA QUÊ?). E vocês não imaginam o verdadeiro show de borra-calças que foi ver O Grito (destaque especial para o momento em que uma vítima x, com medo, se cobriu até a cabeça com o edredom… e CRÉU! o bicho tava lá embaixo… tips, quando era mais jovem sempre que tinha medo fazia isso, e me sentia segura… depois disso segurança morreu pra vida, né?)

Alguém mais entende meu drama? :p

Então. (…)

Depois de algumas horas perdidas tentando reaver passwords de contas de sistemas de comentários e contadores, ponderei, rebelei e vim pra cá. Tenho planos pro Vintage e pro Film-noir, mas nada feito até terminar minha obrigação-mor: a dissertação, que inviabilizou toda uma vida, mas enfim… Enquanto isso, sempre que os tweets forem ficando grandes demais, se transformarão em lindos posts.

Ou não.

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